sábado, 3 de novembro de 2012

Deus e as provas de sua existência

Dando continuidade ao Capítulo 3 da apostila Doutrina Espírita para Principiantes, hoje falaremos um pouco sobre as provas da existência de Deus.


Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec faz uma série de perguntas à Espiritualidade Superior sobre as provas da existência de Deus. Trazemos algumas delas para o post de hoje:

Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de idéias adquiridas?
“Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?”
Kardec comenta: Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão-somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.


Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? (...)”
Outro comentário de Kardec: A harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.


Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
“Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si. (...)"
O Codificador do Espíritismo destaca: O poder de uma inteligência se julga pelas suas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma inteligência superior à Humanidade.



Sobre o assunto, os Espíritos que participaram da Codificação esclarecem, na questão de nº 14 de O Livro dos EspíritosDeus existe; disso não podeis duvidar - e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores (...). Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável.

Kardec, por sua vez, conclui no livro A Gênese: Deus não se mostra, mas se revela por suas obras.

E, para terminarmos o post de hoje, trazemos uma história que nos é contada pelo Espírito Meimei no livro Pai Nosso:

"Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou: – Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?
O crente fiel respondeu: – Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.
– Como assim? – indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se: – Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?
– Pela letra.
– Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?
– Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou: – Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?
– Pelos rastros – respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso: – Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!
Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também."


O abraço fraterno de sempre. Fiquem com Deus!
E até o próximo post, onde falaremos dos Atributos da Divindade.

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