segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O que é Deus?

Allan Kardec, na primeira pergunta de O Livro dos Espíritos, pergunta à Espiritualidade Superior:

O que é Deus?
- Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas.


Ele continua, na pergunta de nº 3: Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
- Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana, insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens.

Neste caso, o próprio Codificador do Espiritismo comenta: Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não está conhecida por uma outra que também não está.

No atual estágio evolutivo em que nos encontramos, temos a necessidade urgente de definir algumas coisas em palavras para que possamos entendê-las. DEUS é uma (e a maior) delas.
Temos, hoje, uma vaga noção de seus atributos (assunto que será tratado nos próximos posts), mas ainda assim é uma noção extremamente aquém da realidade, visto que DEUS possui todas as perfeições em grau supremo.
Cabe a reflexão: seríamos capazes de, em nossa imperfeição, definir o que é ABSOLUTO?
Qual idioma usaríamos? Quais palavras?
Teríamos a ideia total de todas as características do Criador?
Complicado, né??

De qualquer forma, precisamos ter em mente que o próprio Jesus não se sentou em praça pública para explicar a natureza de DEUS. Ele se limitou a chamá-Lo de ABA: "Nosso Pai", indicando, segundo Emmanuel, os deveres de amor e reverência com que nos cabe contribuir na extensão e no aperfeiçoamento da Obra Divina.

Terminamos o post de hoje deixando uma passagem bastante interessante sobre o assunto que podemos encontrar no livro Depois da Morte, de Léon DenisDefinir é limitar. Em face deste grande problema, a fraqueza humana aparece.
Deus impõe-se ao nosso Espírito, porém escapa de toda a nossa capacidade de análise.
Querer definir Deus seria circunscrevê-lo e quase negá-lo.
Para resumir, tanto quanto podemos, tudo o que pensamos referente a Deus, diremos que Ele é a Vida, a Razão, a Consciência em sua plenitude. É a causa eternamente operante de tudo o que existe.
É a comunhão universal.

O nosso abraço fraterno de sempre.
Fiquem com Deus.

E até a próxima!!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ideia de Deus

Seguindo a sequência da Apostila Doutrina Espírita para Principiantes, hoje daremos início aos estudos abordados pelo Capítulo 3: DEUS.


Desde os tempos mais remotos, o ser humano sempre sentiu no íntimo da sula alma a existência de um "Ser" superior, que, posteriormente, chamou de Deus.

Desde a Antiguidade o homem já sentia em si a presença de Deus, adorando a Natureza à base de rituais, cerimônias e cantos rudimentares. Contudo, à medida que ele [o homem] evoluiu, aperfeiçoou-se, também, sua concepção de Deus e as formas de adorá-lo.
Tempos houve em que cada família, cada tribo, cada cidade e cada raça tinha os seus deuses particulares, em cujo louvor o fogo divino ardia constantemente. Retribuindo essas homenagens, se acreditava que tais deuses tudo faziam por seus adoradores, chegando até a se postar a frente dos exércitos a que pertenciam, ajudando em guerras defensivas ou de conquista.

Na verdade, o homem sempre buscou a Deus.
Desde a adoração das forças da Natureza, passando pelo culto ao Sol das civilizações pré-colombianas, pelo Jeová dos judeus e pelo velhinho de barbas brancas dos católicos, a ideia de Deus vem evoluindo sempre conforme o progresso (científico e moral), o entendimento e a cultura da humanidade.

Concluímos, portanto, que Deus não é apenas uma ideia ou fruto das necessidades psicológicas de uma época (visto que esteve presente em todos os povos e em todas as épocas), mas uma realidade que se revela mais nítida à medida que compreendemos as leis que regem a vida e que estimulamos nosso desenvolvimento cultural, filosófico, intelectual e moral.

E, em nosso próximo post, traremos a pergunta: O que é Deus?
O abraço fraterno de sempre e até lá!!

sábado, 13 de outubro de 2012

O Consolador Prometido

Se me amais, guardai os meus mandamentos.
E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre.
O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. (João 14: 15-17)


O termo CONSOLADOR, em seu original grego (língua na qual a Bíblia foi escrita), é PARAKLETOS: aquele que ensina, que defende, que conforta, que consola = consolador.
Logo, vemos que a ideia do Consolador Prometido vai muito além de consolar. É, também, aquele que viria para ensinar a humanidade, para abrir seus olhos, para trazer o conforto esperado.

Mas, continuando no capítulo 14 do Evangelho de João, temos a seguinte passagem:

Quem não me ama não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou.
Tenho-vos dito isto, estando convosco.
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. (João 14: 24-26)

Com relação ao Espírito Santo, várias são as passagens na literatura complementar da Doutrina Espírita que falam sobre ele. No post de hoje apresentamos duas:

Livro Consolador, pergunta 312:
– Como interpretar a afirmativa de João: “Três são os que fornecem testemunho no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo"?
Emmanuel: - João referia-se 1) ao Criador; 2) a Jesus, que constituía para a Terra a sua mais perfeita personificação; e 3) à legião dos Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os primeiros dias da organização terrestre, sob a misericórdia de Deus.

No livro Paulo e Estevão, Emmanuel nos traz uma nota de pé de página quando se refere ao Espírito Santo:
"Ninguém deverá ignorar que Espírito Santo designa a legião dos Espíritos santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo desde os primeiros tempos da Humanidade".


Logo, sendo o Espírito Santo a legião de Espíritos santificados que cooperam com o Cristo desde os primórdios da Humanidade e que são esses mesmos Espíritos que vêm nos esclarecer sobre as máximas evangélicas (através das comunicações mediúnicas), acho que fica mais do que claro que o Espiritismo é, de fato, o Consolador prometido por Jesus: "que vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito".

E aqui terminamos as abordagens do capítulo 2 da apostila Doutrina Espírita para Principiantes.
No próximo post iniciaremos, portanto, as abordagens do capítulo 3: DEUS.
Um tema um tanto quanto desafiador, concordam?

O abraço fraterno de sempre.
Fiquem com Deus.
E até a próxima!!

sábado, 6 de outubro de 2012

A Revelação Espírita

Como prometido em nosso último post, hoje abordaremos o tema A Revelação Espírita.

A 1ª vez que Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, fala em Revelação é no capítulo 1, item 6, de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Ele comenta: A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem sua personificação em nenhuma individualidade porque é fruto do ensino dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários.

Do comentário do Codificador, podemos concluir:


1ª Revelação: Moisés

Muitos podem perguntar: "mas Moisés não foi quem estipulou a Lei de Talião: Olho por olho, dente por dente? Como isso pode representar a Revelação da Lei de Deus?"
Não podemos nos esquecer que, à época de Moisés, era comum uma pessoa se sentir no direito de, por ter uma de suas ovelhas roubadas, exterminar toda a família do ladrão e roubar todo o seu rebanho. Por ter um ente ferido, assassinar todos os descendentes do causador do dano. E tudo isso, segundo a concepção da época, agindo em nome da 'justiça'.
Moisés, portanto, vendo que a ação da 'justiça' era desproporcional ao dano, faz uma concessão: que a dita 'justiça' seja proporcional ao agravo! Olho por olho, dente por dente!

Contudo, precisamos nos lembrar que a Lei de Amor está na Revelação Mosaica:
Deuteronômio, 6:5 => Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
Levítico, 19:18 => Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo.

E, lembrando-nos do Evangelho de Lucas: E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
E ele lhe disse: Que está escrito na Lei? Como lês?
E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás. (Lucas 10: 25-28)

O doutor da lei não resume todo o Velho Testamento com "Olho por olho, dente por dente". Ele resume com Amar a Deus e Amar ao próximo.
E Jesus conclui: "Respondeste bem!!"


2ª Revelação: O Cristo

A 2ª Revelação da Lei de Deus é trazida não por um homem (como aconteceu com Moisés), mas pelo Cristo em pessoa.
Jesus, o governador espiritual do orbe, vem com a missão não de divulgar, mas com a missão de exemplificar o Amor!

Encontramos no Evangelho de Mateus: Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. (Mateus 5:17)
Kardec comenta: Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso é que se nos depara, nessa lei, o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, base da sua doutrina.

Até agora, pudemos ver que, com Moisés, o Reino de Deus foi, digamos, teorizado.
Com Cristo ele foi exemplificado.
Contudo, muitas coisas não puderam vir à tona na época em função da imaturidade espiritual da humanidade. Explicamos: ninguém duvida da utilidade de um bisturi. Mas ninguém em sã consciência entrega um bisturi a uma criança de 2 anos de idade.

Faltava, então, explicar os ensinamentos de Jesus...


3ª Revelação: O Espiritismo

E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz. Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. (Lucas 8: 16 e 17)

Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne, os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões e os velhos, sonhos. (Atos 2:17)
(uma referência à mediunidade??)

Retomando o que citamos de Kardec no início deste post: O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem sua personificação em nenhuma individualidade porque é fruto do ensino dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. Ele nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica.

O Espiritismo é, portanto, a 3ª Revelação!!

E aqui terminamos o nosso (longo) post de hoje - o que não significa que o assunto foi esgotado!
Em nosso próximo encontro trataremos de um tema igualmente importante: O Consolador Prometido por Jesus.

Nosso abraço de sempre. Fiquem com Deus.
E até a próxima!!