sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O Livro dos Médiuns


Há Espíritos?
Com essa pergunta, Allan Kardec inicia suas reflexões acerca da existência dos Espíritos nO Livro dos Médiuns, segunda obra da Codificação Espírita.
Publicado em janeiro de 1861, O Livro dos Médiuns contém, segundo sua própria folha de rosto, o ensino especial dos espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

Uma vez que a história da humanidade está repleta de exemplos de intercâmbio entre os mundos material e espiritual, podemos considerar que O Livro dos Médiuns traz um olhar novo sobre algo velho: não mais uma mescla de misticismo, não mais um conjunto de crendices, não mais um aglomerado de rituais reservados a um grupo pequeno de "eleitos": agora, o intercâmbio mediúnico era visto com os olhos da ciência e da razão.

Na introdução da obra, Kardec destaca o objetivo de suas páginas: Seu objetivo consiste em indicar os meios de desenvolvimento da faculdade mediúnica, tanto quanto o permitam as disposições de cada um, e, sobretudo, dirigir-lhe o emprego de modo útil, quando ela exista. Esse, porém, não constitui o fim único a que nos propusemos.
De par com os médiuns propriamente ditos, há, a crescer diariamente, uma multidão de pessoas que se ocupam com as manifestações espíritas. Guiá-las nas suas observações, assinalar-lhes os obstáculos que podem e hão de necessariamente encontrar, lidando com uma nova ordem de coisas, iniciá-las na maneira de confabularem com os Espíritos, indicar-lhes os meios de conseguirem boas comunicações.
Quem quer que o estude cuidadosamente, melhor compreenderá depois os fatos de que venha a ser testemunha.
Como repositório de instrução prática, portanto, a nossa obra não se destina exclusivamente aos médiuns, mas a todos os que estejam em condições de ver e observar os fenômenos espíritas.
Dirigimo-nos aos que vêem no Espiritismo um objetivo sério, que lhe compreendem toda a gravidade e não fazem das comunicações com o mundo invisível um passatempo.

Muitos poderão recear que, lendo O Livro dos Médiuns, passarão a ver ou ouvir 'coisas' das quais não eram testemunhas antes da leitura da obra. Entretanto, deixamos aqui uma pergunta: o fato de lermos uma coletânea sobre a teoria e prática da música clássica, estaremos aptos a tocar a 9ª Sinfonia de Beethoven? O raciocínio é o mesmo para a prática mediúnica: não é porque vc passou a conhecer os mecanismos da mediunidade que significa que, a partir daí, você se tornará um médium!

O link a seguir mostra a edição nº 143 do Programa Transição, no qual o trabalhador espírita Divaldo Pereira Franco fala sobre O Livro dos Médiuns:


Por ora ficamos por aqui.
Nosso próximo post tratará dO Evangelho Segundo o Espiritismo, terceira obra da Codificação Espírita.

O abraço de sempre. Fiquem com Deus.
E até a próxima!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Livro dos Espíritos


O Livro dos Espíritos é a obra básica da codificação espírita. Nele estão incluídos os ensinos fundamentais da Doutrina.
Escrito com base nas perguntas feitas por Allan Kardec e nas respostas dadas pelos Espíritos Superiores através das médiuns com as quais Kardec trabalhou, o livro trata sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o destino da Humanidade. Foi publicado em sua 1ª edição em 18 de abril de 1857 com 501 questões. A 2ª edição, que Kardec considerou como definitiva, conta com 1018 questões além de comentários e notas explicativas.

Kardec começa assim a introdução da obra: Fenômenos alheios às leis da ciência humana se dão por toda parte, revelando na causa que os produz a ação de uma vontade livre e inteligente.
A razão diz que um efeito inteligente há de ter como causa uma força inteligente e os fatos hão provado que essa força é capaz de entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais.
Interrogada acerca da sua natureza, essa força declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do invólucro corporal do homem. Assim é que foi revelada a Doutrina dos Espíritos.
As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos.
Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Este livro é o repositório de seus ensinos. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado.

A seguir, o link de O Filme dos Espíritos, filme que foi feito com base em O Livro dos Espíritos:


E por ora ficamos por aqui.
No nosso próximo post trataremos dO Livro dos Médiuns, segunda obra da Codificação Espírita.

O nosso abraço de sempre. Fiquem com Deus.
E até a próxima!!

Tchau!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Obras Básicas

Capítulo 2 da apostila Doutrina Espírita para Principiantes, que trata da Codificação Espírita, começa abordando as obras básicas do Espiritismo.


Para evitarmos escrever aquilo que outros já escreveram ou disseram de uma forma mais atraente do que nós, vamos nos limitar a postar o vídeo que aborda o assunto de forma ao mesmo tempo resumida e ampla: resumida porque condensa o assunto de forma a torná-lo atrativo; ampla, pq abraça os principais tópicos que giram em torno do tema.

Videos from YouTube

Devemos citar, também, que todo o trabalho era revisado várias e várias vezes por Allan Kardec para que erros ou interpretações duvidosas fossem evitados. As questões mais graves, relativas à Doutrina, eram revisadas com o auxílio de até dez médiuns.

No livro Obras Póstumas, compilado pelos sucessores de Kardec após a sua 'morte' e que traz anotações do codificador do Espiritismo acerca de seus estudos,  é apresentada a seguinte linha de raciocínio:

Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações foi que os Espíritos, nada mais sendo do que as almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência integral; que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau que haviam alcançado de adiantamento e que a opinião deles só tinha o valor de uma opinião pessoal. Reconhecida, desde o princípio, esta verdade me preservou do grave erro de crer na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras.

Por ora ficamos por aqui.
Nos próximos posts traremos detalhes de cada um dos cinco livros básicos da Doutrina Espírita.

Abraços e até lá!!

sábado, 11 de agosto de 2012

Sobre a linguagem bíblica


Meus amigos, no post de hoje resolvemos interromper momentaneamente a sequência da apostila Doutrina Espírita para Principiantes para trazermos, mesmo que superficialmente, um assunto que constantemente surge em nosso grupo de estudo na Fraternidade Espírita Joanna de Ângelis: a linguagem utilizada na Bíblia.

Vamos pensar numa situação hipotética: pensemos numa pessoa que acabou de pedir demissão e resolveu montar o seu próprio negócio. Ela diria alguma coisa mais ou menos assim:

"Hoje eu chutei o pau da barraca!
Cansado de engolir sapos, mandei meu chefe ir plantar batata e, de agora em diante, serei o dono do meu próprio nariz.
Sei que posso estar entrando numa fria... mas quem não chora, não mama!
Quantos abacaxis vão aparecer para eu descascar?? Isso só o tempo dirá.
Mas, para comemorar, vou encher a cara!!
É meu compadre... Rapadura é doce mas não é mole não!!"

Evidentemente que todos os que leram isso entenderam o que a mensagem nos diz.
Mas cabe uma pergunta: será que alguém, em algum país oriental, daqui a dois mil anos, irá entender? (mesmo que a mensagem seja traduzida?)

Muitos pensarão: traduzindo, todo mundo entende!!
Será??

Será que a tradução para o inglês de "Todos estes que aí estão atravancando meu caminho? Eles passarão. Eu passarinho!" (Mário Quintana) trará, realmente, a ideia que o poeta quis nos transmitir?

Voltando ao raciocínio: será que a linguagem utilizada por uma sociedade rural que viveu há 20, 30 séculos atrás num país oriental é a mesma de uma sociedade urbana, ocidental, em pleno século XXI??

Por isso é MUITO IMPORTANTE, quando estivermos fazendo qualquer estudo com base tanto no Novo quanto no Velho Testamento, que NÓS é que nos transportemos para a realidade do autor do texto, e não querer que ELE venha até nós, mais de 20 séculos depois de sua época e use uma linguagem igual a nossa.

Basta nos lembrarmos que, segundo Paulo de Tarso: "O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica." (2 Coríntios, 3:6)


O que conta é o sentido da frase, não o significado literal da sequência de palavras. "Engolindo sapos"?? Que coisa macabra!! hehehe

Por ora ficamos por aqui.
Esperamos que, mesmo abordando o tema de forma superficial, o post tenha despertado para a necessidade de estudarmos à luz da razão as mensagens imortais contidas nas Escrituras Sagradas do Cristianismo.

O abraço de sempre. fiquem com Deus.
E até a próxima!!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mensagem Espiritual

Meus amigos, na conclusão do Capítulo 1 - A Doutrina Espírita da apostila Doutrina Espírita para Principiantes, o organizador nos traz uma mensagem assinada pelo Espírito de Verdade.
É uma mensagem transmitida por via mediúnica que resume o verdadeiro caráter do Espiritismo. Ela está presente na obra codificada por Allan Kardec, no prefácio de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

MENSAGEM ESPIRITUAL


Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.
Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus.

O ESPÍRITO DE VERDADE


Essa mensagem traz várias referências a textos tanto do Velho quanto do Novo Testamento - referências que foram abordadas em nosso curso na Fraternidade Espírita Joanna de Ângelis e, mesmo com a limitação que nos é característica, traremos algumas considerações acerca delas aqui para o Blog.

"qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando"
Em Isaías, 40:26, Deus é chamado de "o Senhor dos Exércitos", e essa denominação está presente em toda a cultura hebraica, o que acabou fazendo com que os adeptos do judaísmo esperassem um Messias Guerreiro - motivo pelo qual eles vêem em Jesus um profeta inferior a Moisés.

"semelhantes a estrelas cadentes"
Na linguagem simbólica que norteia todo o Velho Testamento, Deus compara a descendência de Abraão a estrelas no céu (Gênesis, 15:5). Contudo, a referência aqui é a da descendência ESPIRITUAL: todo aquele que, a partir daí, passa a crer num Deus único, passa a ser considerado como uma estrela no céu. Sendo assim, as "estrelas cadentes" da mensagem seriam os Espíritos que voltam à Terra para trazer a mensagem do Cristo.

"As grandes vozes do Céu"
Fazemos aqui uma referência ao livro Ato dos Apóstolos, no dia de Pentecostes, em que os apóstolos começam a falar na língua de cada um dos povos que estavam presentes em Jerusalém (vide Atos, 2: 1-11). Nada melhor para representar a mediunidade presente no Novo Testamento.

"e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus"
A mensagem faz referência à passagem contida no evangelho de Mateus (Mateus, 7:21), na qual Jesus diz que apenas aquele que fizer a vontade de Deus é que entrará no reino dos céua, e não aquele que ficar simplesmente louvando, sem colocar em prática, em prol do semelhante, todos os ensinamentos trazidos pelo Cristo.

E, para encerrarmos as abordagens referentes ao Capítulo 1 - A Doutrina Espírita da apostila, trazemos dois vídeos que resumem muito bem todos os assuntos que abordamos até agora:




Por ora ficamos por aqui.
O nosso fraterno abraço a todos.

Fiquem com Deus e até a próxima!!
Tchau!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os continuadores (2)

No Brasil, é somente em 1865 que começam a surgir os primeiros Centros Espíritas.

Em julho de 1869, na cidade de Salvador / BA, é publicado o primeiro jornal espírita no país, o Ecos de Além Túmulo. A repercussão do jornal foi tamanha que referências às suas 56 páginas chegaram a ser mencionadas na Revista Espírita francesa daquele ano.
Diante dos ataques feitos pelo arcebispo da Bahia à época da publicação, Luís Olímpio Teles de Menezes, seu editor, escreveu:

"O Espiritismo tem de passar por provas rudes, e nelas Deus reconhecerá sua coragem, sua firmeza e sua perseverança. Os que se ausentam por um simples temor, ou por uma decepção, assemelham-se a soldados que somente são corajosos em tempos de paz mas que, ao primeiro tiro, abandonam as armas".
Nada mais atual!

É no final do século XIX que surge, também, a figura de Adolfo Bezerra de Menezes.


Conhecido como "o médico dos pobres", o Dr. Bezerra foi um dos grandes abolicionistas que defendiam não apenas a abolição da escravatura, mas também a inserção dos ex-escravos à sociedade por meio da educação. Neste sentido, publicou "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação", que foi divulgado gratuitamente para a população. Dr. Bezerra ocupou a presidência da Federação Espírita Brasileira nos anos de 1889 e de 1895 a1900. Trabalhou pela unificação do Movimento Espírita no Brasil e é considerado o "Kardec Brasileiro", tamanho o incentivo dado ao movimento.

Posteriormente, vários médiuns contribuíram para a divulgação do Movimento Espírita no Brasil, dentre eles Francisco Peixoto Lins, Eurípedes Barsanulfo, Yvonne do Amaral Pereira, Divaldo Pereira Franco e Francisco Candido Xavier (o "Chico Xavier"), considerado o maior médium psicógrafo de todos os tempos.

Abaixo, alguns vídeos que ajudam a esclarecer um pouco mais sobre a vida de alguns desses missionários:








Por ora ficamos por aqui.
O nosso abraço fraterno a todos. Fiquem com Deus!

E até a próxima!!